A invasão do Congresso Nacional e da residência presidencial por apoiadores de Jair Bolsonaro deixa Brasília em caos

 



A violência dos apoiadores de Jair Bolsonaro, que têm acampado na frente dos quartéis desde a derrota do ex-presidente nas eleições, foi colocada em prática e deixou parte de Brasília em caos. Na última sexta-feira, cerca de 100 ônibus chegaram à capital trazendo aproximandamente 4 mil pessoas. O grupo acampou em frente ao Quartel-General do Exército e se dirigiu à Esplanada dos Ministérios no final da tarde.


A Polícia Militar do Distrito Federal escoltou os manifestantes até o Congresso Nacional, mas eles conseguiram invadir o prédio sem encontrar muita resistência. Os policiais tentaram, sem sucesso, deter os invasores usando apenas sprays de pimenta.


O Congresso foi rapidamente tomado pelos criminosos, que quebraram vidros, destruíram móveis e obras de arte, e causaram destruição em tudo o que conseguiram alcançar. O Salão Negro foi inundado, possivelmente por conta do sistema anti-incêndio ter sido acionado propositalmente. A liderança do PT na Câmara também foi devastada pelos invasores.


Invadiram o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). Na sede do Poder Executivo, todos os gabinetes foram violados e os apoiadores de Bolsonaro repetiram a destruição de vidraças, móveis, computadores e obras de arte. Eles também esfaquearam o quadro "Mulatas", de Di Cavalcanti, que tem valor inestimável. A sala da primeira-dama Janja Lula da Silva também foi depredada, enquanto o gabinete presidencial não foi atingido porque os invasores não conseguiram abrir a pesada porta que protegia.


De acordo com o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta, os terroristas roubaram armas do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que estavam guardadas no Planalto. Ele divulgou um vídeo nas redes sociais, ao lado do secretário nacional do Direito do Consumidor, Wadih Damous, ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, mostrando o resultado da invasão. "Cada uma dessas maletas no chão, que vocês estão vendo, em cima da cadeira, em cima da mesa, são armas letais e armas não letais que foram roubadas pelos criminosos de dentro do Palácio do Planalto. E tentaram colocar fogo na sala", afirmou Pimenta. Damous, por sua vez, chamou atenção para o fato de que não se tratava de um grupo de "manifestantes" e sim de "terroristas armados".


A invasão do Congresso Nacional e da residência presidencial foi amplamente condenada por líderes políticos e representantes da sociedade civil. O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, condenou "veementemente" o ataque e exigiu "a imediata apuração dos fatos e responsabilização dos responsáveis". O presidente da República, Lula da Silva, emitiu nota em que condena "veementemente o ato de violência e de destruição" e afirmou que "o Estado de Direito e a democracia são insubstituíveis e inquestionáveis".


As imagens da depredação da residência presidencial e do Congresso Nacional causaram choque e indignação em todo o país. Muitos compararam o ocorrido com os episódios de violência ocorridos durante o regime militar, entre 1964 e 1985. "O que aconteceu hoje em Brasília é um atentado à democracia e às instituições. É inadmissível que, em pleno século 21, tenhamos de conviver com esse tipo de barbárie", disse o ministro da Educação, Renato Feder.


Até o fechamento desta edição, a Polícia Federal havia prendido 23 pessoas envolvidas na invasão. Eles foram encaminhados para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde foram autuados em flagrante por crime de formação de quadrilha, depredação de patrimônio público e porte ilegal de arma de fogo.


O Exército foi acionado para ajudar a Polícia Militar a conter a violência e restaurar a ordem. O presidente Lula, que estava fora da capital no momento da invasão, retornou imediatamente e convocou uma reunião de emergência com os ministros e as Forças Armadas. Em pronunciamento à imprensa, Lula condenou o ataque ao Congresso e à residência presidencial e afirmou que os responsáveis serão punidos.


Enquanto isso, a Polícia Militar e o Exército continuam trabalhando para conter a violência e restaurar a ordem em Brasília. Ainda não há informações sobre o número de feridos ou de pessoas presas. O governo anunciou que vai reforçar a segurança no Congresso e no Palácio do Planalto e pediu a colaboração da população para denunciar qualquer ato de violência ou de ameaça à democracia.

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